Modelos de conhecimento...Especialista, generalista, T, X e por ai vai...

A long time ago, in a very distant galaxy...

Havia um tempo (o mesmo que foi escrito o livro pai rico pai pobre) que haviam generalistas (caras que tinham "sabedoria") e especialistas (os "nerds"). Ai, Paul Graham teve uma iluminada visão do mundo e escreveu um ensaio sobre o assunto, dizendo, entre outras coisas, que:

""Wise" and "smart" are both ways of saying someone knows what to do. The difference is that "wise" means one has a high average outcome across all situations, and "smart" means one does spectacularly well in a few. That is, if you had a graph in which the x axis represented situations and the y axis the outcome, the graph of the wise person would be high overall, and the graph of the smart person would have high peaks."

Entre outras coisas, os "espertos" eram especialistas. Teve uma época que eu mesmo era um desses, um dos poucos macacos pelados do planeta que conheciam todas as bibliotecas do Clipeer 5.01 de cabo a rabo (em C, by the way) e mais nada (bem, DOS, rotinas em assembly e COBOL tbm faziam parte).

Ao mesmo tempo, alguns amigos ganhavam a vida no outro extremo, sabendo desde todas as leis da RosaCruz até o fato que o Cocker Speniel tem membranas nas patas... Eram os multi-generalistas, que acabavam em vendas, marketing e algumas vezes no "corner office"...

Apareceu a internet e esses caras tiveram de voltar ao Fordismo, voltando a um modelo do começo do século: Viraram generalistas com uma especializacao (Modelo T). Nessa época eu já tinha uma imensa milhagem em TI e conhecia 012374104709481274 linguagens, 108710124712094 sistemas operacionais, 19870192472394 módulos de ERPs, 12098471290421 plataformas UNIX. Tudo via as lâminas de uma página das brochuras de márketing. A profundidade de uma gilete deitada!! Mas sabia TUDO e mais um pouco de web. Montei o primeiro projeto de configuração e vendas da LATAM, em Netscape Browsers, JavaScript e bancos Oracle. Monte o seu Fiat nascia no Salão do Automóvel de 1996! Eu era o próprio modelo T, sabendo quase nada de muitas coisas, mas extremamente capacitado em um pilar enorme de uma dessas coisas.

Um belo dia isso não era mais suficiente. Nos meus planos aos 28 anos estava ser um CIO aos 35. E ai a porca torcia o rabo muito mais encaracoladamente, nos idos de 98, 99... Era a era das .Com e todo mundo tinha de saber pra caralho de um monte de siglas, arquiteturas, tinha de ler tudo e mais um pouco sobre tudo o que fosse. Do modelo T, passamos a ser torres Eifell, cheias de bases, interligações, conexões, sinapses, IMs, sites, arquiteturas, infográficos, modelos financeiros, professional networkers e festas de VCs. Ai, nasceu a moderna esquisofrenia do conhecimento (TM eu mesmo), onde se era um generalista, com algumas especializações e um hobbie (vinho, golfe, vela, automobilismo, bolinha de gude, valia tudo).

Finalmente, em estado catatônico de afogamento de informações, modelos de PPTs da McKinsey, todos os livros do mundo publicados (in English, please) sobre "como ficar rico e comer todas as mulheres do mundo usando a internet" (Acreditem, tema de palestra no primeiro congresso Internet World, dada pelo Marcelo Madureira, da TOVIASSU, vulgo, Casset&Planeta), tivemos de virar Multi-generalistas profundos! Tem de se saber de tudo e muito de tudo!!!
Analisar todo o modelo financeiro...
Montar todo o mapa estratégico...
Ser completamente "Excecution Results Metrics Driven Oriented Leader".
Morder como PittBull.
Lutar como Gladiador.

E como diria o Luli, Comer o Queijo do Rato que Roeu a Roupa do Pai Pobre!!!

Assim chegamos ao final da primeira década do Novo Milênio, da Era de Aquarius. Afogados.
Pausa para respirar...

Entramos na época do "minimalismo". Vida Simples. Slow Food. Al Gore e suas verdades inconvenientes. Mondo Vino X Michel Roland/Mondavis/Robert Parker.

Mas, conversando com um amigo recém chegado de Sam-Land, fiquei impressionado como o sistema educacional de lá separa as pessoas por suas aptidões e vocações (e estávamos falando do filho dele de 8 anos). Até hoje, continuam formando uma sociedade baseada em valores antropocentricos. Para eles, é importante avaliar:

Capacidade de Liderança
- Conhecimento Técnico (em qualquer coisa voce tem de ser o líder)
- Capacidade humana (inteligencia social, muito em voga esses dias).

Stamina, energia, guts
- A bendida energia estranha que o Jack Welch procurava em todos os seus colaboradores e que não era dor de barriga...
- Aqui no Brasil, um certo Freire dizia que "sem tesão não há solução"...

Capacidade de "to be rounded"
- Talvez a coisa mais complexa de se definir, quer dizer que o sujeito pensa fora da caixinha, tem muitos hobbies, participa de associações, faz esportes, em cultura, fala outras linguas, etc... É u protótipo do Leonardo Da Vinci...

E Guy Kawa mandou um artigo muito bom sobre o que é o "mindset" de crescimento humano, da Dra. Carol Decker. MUITTTO interessante!

E ai, como é que nos encaixamos nisso tudo??
Como é que voce se encaixa nisso?

SENTAPUA! E vamos à luta, filhos da Pátria!